segunda-feira, 13 de junho de 2011

Sonho bom.


  Nem as pouca palavras ou a idade que tanto castigou sua pele conseguem oprimir seu olhar gentil, não escondem todo o amor que se reflete em seus olhos.
  O clima é fresco,  de um dia claro em tons que se confundem entre as mangueiras e as nuvens.
  Seguia. Leve, oposta a realidade e ao vento.
  Pelos cabelos brancos, pele flácida, vestido azul rendado, pelo olhar gentil passava o tempo.
  Retrocedia. Um paço, um ano. Dois, três, quatro anos e tentos outros anos. Cortava o tempo com a mesma facilidade com que cortava ao vento.
  Ainda carrega as lembranças, tanta sabedoria, amor dos netos, marido que ali está imaterial.
  Moça, sentou-se em um banco, olhou as mãos, inclinou o corpo e com elas apoiou-se, finas, longas e brancas. Ali ficou a olhar o tempo.
    No tempo atual revive o vento com a mocidade que voltou.
    A mocidade que voltou.

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